Para
alguns atores, a interação com o público é fundamental. Afinal, pode
ser uma maneira de saber como o personagem é percebido pelas pessoas e,
assim, avaliar se o trabalho está sendo bem feito. No ar em "Rebelde"
como a Bia, Juliana Xavier gosta de prestar atenção nas mensagens que
recebe pelo Twitter e no que dizem nas abordagens nas ruas. Como sempre
costuma acontecer, alguns confundem a atriz com o papel que interpreta e
falam como se ela fosse a própria Bia. Mas muita gente se identifica
com a história da personagem – que foi adotada e tem um pai alcoólatra –
e chega a contar casos parecidos para Juliana.
"Algumas
pessoas já vieram falar para mim que o pai ou a mãe também têm
problemas com bebidas", confidencia ela, que já precisou enxugar as
lágrimas – literalmente – de fãs mais comovidos.
"Tem umas pessoas mais
agitadas que choram de verdade. Abraço e falo: 'Não chora...'", conta.
No Twitter, ela troca muitas ideias com seus seguidores e responde sobre
"Rebelde" sempre que possível. "Faço um jogo e seleciono as seis
perguntas mais interessantes", explica. Na trama, Bia é uma típica
adolescente, que vive os conflitos comuns à idade. Com o passar dos
capítulos, vai deixando de ser uma menina calma e começa a demonstrar
uma certa rebeldia. "Não no sentido de se tornar uma pessoa maldosa, mas
porque luta por seus direitos", esclarece. "Ela começou tranquila, sem
reclamar de nada. Quando quis namorar, os pais não deixaram. Ficou um
clima de briga, mas depois começou um namoro.
A Bia foi conquistando
as coisas aos poucos", completa. Apesar de ter sido adotada já
grandinha, a personagem encara isso com naturalidade na história, assim
como o fato de fazer parte de uma família negra. "Não se fala sobre isso
o tempo todo. São coisas tratadas normalmente, sem preconceito, como
tem de ser", ressalta. Foi justamente uma cena em que Bia falava sobre
adoção com Raul, interpretado por Lucas Cotrin, que Juliana destaca como
um dos momentos mais marcantes da personagem.
"Ali, a Bia falou coisas legais e de verdade sobre adoção, foi madura.
O que eu gosto no meu
papel é isso: além de ter um lado mimado, tem esse lado maduro", frisa.
Para compor Bia, Juliana resolveu fazer uma pesquisa na internet. Foi
atrás de histórias bonitas e interessantes sobre adoção para ter uma
ideia básica sobre o assunto. O que também a ajudou nesse processo foi
ter praticamente a mesma idade de sua personagem. Enquanto, na trama,
Bia tem 15 anos, a atriz tem 16. "Com certeza, é muito mais fácil fazer
uma coisa que você já viveu", analisa ela, que conta com a ajuda do
figurino para incorporar ainda mais a adolescente.
É, inclusive, quando
veste a roupa, coloca o laço rosa na cabeça e penteia a franja para o
lado que a voz levemente irritante de Bia vem. "É automático", conta a
atriz, que levou um mês até encontrar um tom uniforme para a voz que faz
quando interpreta a jovem. Na Record desde 2006, quando viveu a Jaci de
"Bicho do Mato", Juliana está na próxima temporada de "Rebelde", que
começa no dia 13.
Essa não é a primeira
vez que ela interpreta o mesmo papel por um período mais longo. A atriz
participou de toda a trilogia de "Os Mutantes", na pele de Ágata. Por
isso mesmo, sabe as vantagens de encarar a mesma personagem por tanto
tempo. "É bom porque você não fica tenso, não fica preocupado com o novo
papel. Você domina mais o que já interpreta", ressalta ela, sem revelar
muitos detalhes sobre as novidades de Bia na próxima temporada da
trama. "A voz vai ficar um pouco menos irritante", avisa, em tom de
mistério.
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